14 de agosto de 2011

UMA BOA REFLEXÃO PARA ESTE DOMINGO.


A CORDA
(autor desconhecido)

Era uma vez dois países, cortados por um rio, rápido, largo, perigoso, no qual muitos se afogavam ao tentar atravessá-lo.
Em um país fluía o leite e o mel - era chamado o país da felicidade..
O outro, rasgado por brigas e devastado pela preocupação, era chamado o país da infelicidade.
Um dia um homem observa aquele rio e, por Amor, resolve fazer alguma coisa.
- Vou esticar uma corda de uma margem à outra.
Mesmo que eu morra ao enfrentar os perigos do rio, não importa. No futuro, outros poderão apanhar a corda, atravessar o rio com segurança e atingir o país da Felicidade.
Esse homem executa o seu projeto:
Encontra uma corda, amarra uma das extremidades em uma árvore, agarra a outra ponta e mergulha na correnteza, lutando contra as ondas.
No meio da espuma e dos redemoinhos, caçadores confundem-no com um animal e atiram nele, ferindo-o mortalmente.
Mas num último esforço, o homem consegue atingir a outra margem e amarrar a corda a uma árvore.
Pela falta de discernimento dos caçadores, morre, mas não antes de atingir o seu objetivo.
A partir desse momento, tal homem de coragem foi reverenciado por todos, que diziam:
- Ele morreu para nos salvar; é digno do nosso amor. Na verdade, rendiam-lhe homenagens. Todos o faziam. Mas poucos seguiam o seu exemplo.
- Se segurarmos a corda, não corremos o risco de nos afogar... Mas... a água está tão fria e o rio é tão largo...! O perigo da travessia continua grande!
E assim, no decorrer dos anos, a corda foi esquecida. Coberta de algas e de galhos, não era mais visível. Porém, o culto ao herói sobreviveu:
o povo construiu monumentos em sua memória, cantou hinos em sua honra e continuou evocando o seu nome, pelo grande amor que aquele ser lhes havia dedicado.
Vieram as gerações: a segunda, a terceira, a quarta... Oradores, cientistas e letrados falavam das virtudes do herói e diziam como que, morrendo, ele salvara os homens.
Mas nunca mais se falou da corda jogada por cima do rio. Tinha sido completamente esquecida.
Os argumentos, os discursos e os ensinamentos dos chamados "sábios" acabaram criando uma grande confusão. Superstições proliferaram e raros foram os que conseguiram distinguir a Verdade.
Oradores declaravam: Por que esta disputa?
A única coisa necessária é adorar o herói como um Deus e acreditar que ele morreu para a salvação de todos. E eis que quando nós morrermos, entraremos sem dificuldades no país da felicidade.
Se o nosso corpo nos proíbe, por enquanto, a travessia do rio, após a morte a nossa alma voará para o outro lado. O amor, a potência e a coragem do herói eram tão grandes que tudo o que pedirmos ao seu espírito ele nos concederá se demonstrarmos bastante amor.
Quando o povo ouviu isto, sentiu uma alegria imensa e cobriu de honrarias os oradores, falando: Grande é a sua sabedoria, pois nos mostram um caminho fácil.
É simples: adorar, rezar e solicitar ao nosso herói a salvação na hora da nossa morte.
Portanto, agora, comamos, bebamos, sejamos alegres e aproveitemos da melhor maneira a nossa estada no meio onde estamos.
Nesse meio tempo o espírito do herói contemplava os seus irmãos com tristeza, escutando as suas orações e súplicas. Eles haviam esquecido a corda que ligava o país da infelicidade ao da felicidade
e que havia custado a vida do herói, para deixar a todos o exemplo de Coragem e o caminho da Paz, que passa pela educação do coração e pela vontade de amar a todas as criaturas.
Aquele povo perdera a chave que lhes permitiria ler as Palavras daquele herói e de outros que existiram antes dele. Liam com os olhos da carne, em vez de lerem com os olhos da alma.
Ainda surdos para ouvir, não conseguiam
escutar o herói que continuava a clamar:

Acorda!

A Corda!!

Acorda !!!

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