29 de setembro de 2011

MATÉRIA EXTRAÍDA DO BLOG DO PASTOR TEOBALDO

Quando o silêncio fala mais que as palavras.



Saber calar é tão ou até mais importante do que falar. Nós humanos sentimos uma necessidade, quase compulsiva, de nos comunicarmos mutuamente.  Falamos por gestos, olhares, sorrisos e toques. Mas, principalmente falamos por meio da palavra falada audivelmente perceptível e capturada pelos ouvidos, decifrada no cérebro e "sentida" na alma. Ele tem sede e carência de falar e ser ouvida, tanto quanto de receber um "feedback" emocionalmente positivo, como resposta aos seus anseios de momento. 

Quando nos comunicamos com outras pessoas, mesmo que de modo claro e objetivo em nossa visão, corremos o risco de não sermos totalmente compreendidos ou até mesmo sermos interpretados de uma forma completamente equivocada, a partir das expectativas e circunstâncias emocionais de momento na vida do outro.

Por conta disso, precisamos aprender a difícil arte de calar. A arte de "se ouvir" primeiro, para só então se comunicar de um modo mais abrangente, profundo e completo. E essa arte não se aprende em livros, cursos, seminários ou faculdades. Ela é aprendida na prática da vida, quando assombrados com coisas que nos sobressaltam, assustam, fazem recuar, incomodam, deixam dúvidas acompanhadas de múltiplas perguntas ou ate mesmo coisas que nos doem lembrar ou pensar nelas, nos vemos como que "compelidos a nos calar". E é exatamente nesses momentos, quando nos aventuramos a desvendar um pequeno trecho desse desconhecido, vasto e surpreendente caminho que é a autodescoberta como fruto do "se ouvir", que nos desprendemos de coisas as quais enquanto nos (des)gastamos falando e nos ouvindo a própria voz, não percebemos o quanto são insignificantes para nossa existência e saúde, principalmente psíquica.

Há uma necessidade imperiosa de que o homem do século XXI, tão apressado e instantâneo, pare de vez em quando para se ouvir. E se puder, tendo coragem e visão, também nesse período desenvolver a sua espiritualidade relacional com o seu Deus pessoal. Digo isso porque se do ponto de vista da interdependência social humana, nenhuma de nós "é uma ilha", sob a ótica espiritual, nenhum de nós se sustenta sozinho no que tange ao transcendente. Precisamos sim de uma fé, uma crença que, mais que a visão tola e preconceituosa de rotular Deus como um "amigo imaginário" para os fracos, denota na verdade uma inteligência espiritual a qual nos põe conscientes de que há poderes, forças e ações que vão muito além da nossa vã filosofia e compreensão humana.

Partindo desse principio advogo que ficar sozinho, preferencialmente num lugar ermo e calmo onde não sejamos incomodados, ou mesmo trancafiado durante um final de semana no quarto a sós com Deus e consigo mesmo, pode trazer grandes benefícios para o ser. 

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