9 de abril de 2012


Elefantes domesticados, rompendo as correntes do medo.
Autor: Teobaldo Pedro de Jesus

Duas histórias me fizeram refletir sobre o tema proposto nesse texto.
A primeira é sobre a domesticação de elefantes na Índia. Quando bem novinhos eles são amarrados com frágil corda em uma estaca e ao tentarem fugir são punidos ou deixados com fome. Ao crescerem se tornam grandes e fortes, mas suas mentes já estão condicionadas e eles não fogem, não importando onde ou como estejam amarrados. A outra historinha nos remete ao tempo da escravidão, quando centenas de escravos fortes trabalhavam sob a vigilância de meia dúzia de homens e poucos fugiam, pois traziam na memória a visão dos que tentaram fugir e foram "exemplarmente" castigados.

Ambas as condutas nos faz pensar na técnica de condicionamento desenvolvida pelo russo Pavlov. Basicamente ela consiste em repetir um padrão até que este se torne a base condicionada de um comportamento repetitivo sob estímulos predeterminados.

A nossa civilização moderna, ou pós-moderna como querem alguns, embora pouco de moderno vejamos excetuando-se na tecnologia, tem criado mecanismos de dominação e condicionamento de massa os quais nos aprisionam nas emoções, pensamentos, ações, reações e conduta social. E o instrumento "idiotizante e condicionador" mais poderoso para isso tem sido a "mídia" como arma mais presente na influência e transformação de toda uma geração em meros repetidores de um comportamento preestabelecido por aqueles que supõem deter o poder e por isso usam e abusam de todos os recursos para nos conduzir como ovelhas mudas para onde bem entendem.

Dias atrás adaptei aqui um texto intitulado “rãs na panela do sistema” e nele me referi ao modo como somos gradativamente condicionados, aculturados e "psico-adaptados" para aceitarmos conviver com um estilo de vida, ainda que conflitante com os nossos valores e crenças, como se nosso o fosse. E aí um dia quando tentamos reagir já é tarde demais, pois para permanecermos naquele meio, sermos aceitos, admirados, respeitados, e até mesmo trabalharmos com eles precisamos rezar na cartilha do “politicamente correto e aceitável”, no grupo.

A vida não é para ser assim. É antes para ser vivida com plena liberdade de escolhas e ação. Ninguém pode viver plenamente sem que usufrua da “liberdade de ser ele próprio”. Viver a própria vida implica viver conforme o que você acredita ser o certo e o melhor para si. Ainda que seja de modo errado, só vive livre de verdade quem não está preso. Foi por causa disso que o Senhor pôs o primeiro casal no Éden e os deixou livres para que pudessem ir ou vir com total liberdade.  Nem Deus quer ser amado sem liberdade. Eles usaram a liberdade indo para o caminho da desobediência, mas tiveram esta mesma liberdade para retornar aos braços do Pai porque o quiseram e disso sentiram falta e necessidade.

Religiões, partidos políticos, famílias e enfim toda e qualquer organização humana, devem deixar seus membros livres em suas escolhas, com exceção dos menores de idade. Não têm o direito de aprisionar a vontade e nem cercear a liberdade de ninguém. Cada organização possui as suas regras e delas fazem parte os que decidem respeitá-las. Mas, se alguém não quer viver conforme tais regras deixe-o livre para viver a sua vida como achar melhor.

Por outro lado, estas mesmas organizações e ponderando agora dentro do mesmo princípio de liberdade de escolha não estarão obrigadas a aceitar dentro delas quem não as respeita. É importante pontuar aqui, de novo, que Deus preferiu assim. Um ser livre no direito de escolhas e que um dia terá que acertar as contas com Ele. Repito, com Ele, Deus. Não comigo ou contigo. 

Como amigos, família, líderes ou afins, precisamos aprender a respeitar o outro no mesmo limite com que apreciamos e desejamos ser respeitados. Ou seja, deixe livre quem você ama, admira, respeita, pois se houver reciprocidade esse amor, carinho ou afeição voltará qual bumerangue que regressa às mãos de quem o atirou. Pense nisso com carinho e nunca mais se deixe aprisionar ou aprisione alguém. Somente alguém livre é capaz de decidir com inteireza e honestidade real. Tomada de qualquer outro modo toda decisão será parcial, tendenciosa, interesseira, dissimulada ou hipócrita.

Um Abraço e viva a tua liberdade plenamente. Mas com total responsabilidade, sem abandonar a fé em Deus e consciente do acerto de contas com Ele um dia..

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