Gratidão, material em extinção
Autor:
Teobaldo Pedro de Jesus
O mundo evoluiu. Isso é
verdade. As pessoas hoje sabem muito mais que as pessoas das gerações
anteriores, cada vez mais cedo, absorvendo um quantidade enorme de informação e
conhecimento. Isso também é um fato. Hoje se oferece ao homem inúmeras opções
de conforto e agilidade nas ações as mais diversas. Correto. O que no
entanto parece ter mudado e para pior foi o senso de amor que
gera Gratidão.
Muitas pessoas se
esquecem, com enorme rapidez, do quanto outras lhes foram úteis, essenciais ou
necessárias para que estivessem onde estão ou chegassem a ser o que são.
Nenhuma conquista seria realizada se ao longo da caminhada não contássemos com
mãos amigas, vozes aliadas e mentes cooperativas que nos dissessem como agir,
por onde ir ou mesmo nos amparasse e socorresse em dias e momentos
tenebrosos. Algumas vezes até mesmo nos protegendo
e sustentando materialmente.
Na minha visão a
ingratidão nasce como subproduto do orgulho, do egoísmo, da indiferença
emocional e sobretudo da falta de um amor prático que seja menos retórico e
mais verdadeiro, factual e sincero. Na Bíblia, meu Livro de cabeceira, lemos
que: "Não amemos só de língua e de palavras..." Quanta
sabedoria há nesse texto tão curto. Amamos de uma forma, às
vezes, puramente conceitual e verbal. E um verbal que
quase sempre não expressa as nossas reais emoções. A ingratidão
também pode vir de um sentimento egocêntrico de que somos especiais e
que as demais pessoas existem para isso mesmo, nos servir e abrir
caminhos para ocuparmos "o lugar que é nosso por direito". Certa
vez ouvi um filho dizer aos pais: "Era obrigação de vocês cuidar de mim e
me dar de tudo, pois não pedi para nascer. Vocês que inventaram isso! Não lhes
devo nada" Quanta audácia, desrespeito e desonra! Tal filho hoje sofre
as consequências, as angústias naturais e espirituais disso, pois
a Bíblia diz que "aquilo que o homem semear isso também
ceifará".
Porém, a ingratidão
para alguns é puro e simples egoísmo nascido do mau hábito de ter
sido sempre "tão amado e protegido" por aqueles que o amam
o que gerou dentro de si como que uma reação automática para "só receber,
receber, receber" e se esquece de que a Lei da Vida implica numa
"estrada de mão dupla". E ela se chama "dar e
receber". Não permita que irritações, frustrações passageiros ou iras te
afastem nunca de ser grato sempre.
Relacionamentos
amornam, esfriam, definham e até morrem, às vezes por causa
disso. Ausência de gratidão. Por um processo contínuo de
"desamor" que é a ausência do amor expresso. E amor também se
expressa sendo grato. Sabe como expressá-la? Não
precisa comprar presentes caros ou fazer grandes e eloquentes
discursos. Mas, no exato momento em que uma próxima bondade lhe for feita, olhe
suave e agradecidamente nos olhos do instrumento de Deus para te
abençoar, se dispa de todo orgulho, mágoa ou senso de especialidade, não
importando quem você seja hoje ou que espaço ocupe na sociedade.
Apenas olhe nos olhos da pessoa, mesmo que esta seja a mais humilde onde você
vive ou convive, e de um modo terno, amoroso e sincero, com um sorriso
feliz nos lábios, lhe diga: "OBRIGADO!" Isso já representará um
começo para reeducar a sua alma a ser grata.
Lembre-se de
que uma das qualidades mais nobres e apreciáveis no ser humano é amar
expressando gratidão, sem "poréns". Apenas agradeça, sempre. Tua
alma ficará mais leve e você bem mais feliz.
Tenha um
dia agradecido, na presença e doce companhia dos seus amados.
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