A importância das abelhas na vida do planeta –
Por Tadeu Fernandes
"Se
não existisse o homem no planeta, nada mudaria. Faltando as abelhas, sem a
polinização, seriam extintas a flora e a fauna, não haveria florestas, lagos e
rios. A terra seria um deserto".
Estamos iniciando a era eco-planetária e dentro dessa visão de convivência
racional entre o homem e a natureza é que relatei na última matéria a enorme
preocupação com a preservação da água doce que certamente será o produto mais
cobiçado e raro em poucos anos.
Dentro dessa linha de raciocínio é que faço um alerta geral sobre a importância
das abelhas na natureza como agente polinizador que propicia a existência de
vida no planeta.
Segundo historiadores, o uso das colméias silvestres se deu dez mil anos antes
de Cristo, quando se começou a controlar as abelhas. Na pré-história, o
alimento ingerido era uma mistura de mel, pólen e cera, pois não se sabia
separar suas substâncias, sendo escasso e difícil encontrar um enxame. Somente
em 400 a .C.
é que começaram a armazenar em potes, sendo que os egípcios foram os primeiros
na sua criação. A palavra colméia vem do grego, sino feito de palha
trançada-colmo. Algumas civilizações antigas as consideravam sagradas e em
alguns países símbolo de riqueza, aparecendo em brasões, moedas coroas.
O estudioso mineiro Gil Barreto afirma que a espécie de abelha é que faz
diferença na sua qualidade. As principais que temos no Brasil são a africana,
mistura de africanas com européias, e as nativas sem ferrão. A abelha com
ferrão veio com os colonizadores, trazidas pelos padres jesuítas por volta do
século XIX. O governo brasileiro em 1956 trouxe algumas rainhas africanas de
comportamento diferente das nativas, o que resultou na africanização.
Existem dezenas de variedades de mel de abelhas, dependendo da floração e dos
terrenos. Variam de cor, aroma e sabor.
Dito isso, passo ao tema e a fatos que são extremamente preocupantes para o
futuro da humanidade caso se dê a extinção das abelhas. Basta registrar que na
China as crianças estão subindo em árvores para fazer a polinização manual,
isto porque não existe mais agente polinizador.
Na Amazônia predominavam as abelhas nativas que diminuíram em muito com a
derrubada das florestas. As exóticas (apis) foram trazidas de Portugal pelo
Padre Antonio para o Jardim Imperial no Rio de Janeiro em 1939. Em Porto Velho
foi introduzido no Parque dos Tanques o seu apiário. Uma colméia com 60 mil
abelhas, poliniza 6 milhões de plantas. As abelhas e suas colméias, apesar da
nossa legislação rígida, não estão sendo objeto de eficiente fiscalização pelos
órgãos governamentais, o que causa grande impacto ambiental.
Esta responsabilidade, segundo a Constituição Federal, é dos três entes
federados, União, Estados e Municípios, sendo que o Brasil é signatário das
convenções internacionais da ONU. Temos o CONASMA e ainda o sistema nacional de
unidades de conservação para a preservação das abelhas, devendo ser combatido o
comércio ilegal das espécies.
No mundo “moderno”, as sociedades humanas na busca de sobrevivência têm
naturalmente aprimorado sistemas exploratórios dos recursos ambientais, que têm
se tornado “alvo fácil” dos interesses de diversos grupos sociais. “Devemos
somar forças para construir uma sociedade sustentável global baseada no
respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e
numa cultura de paz” (CARTA DA TERRA, 2000).
Neste contexto, as abelhas têm um papel estratégico pelo relevante serviço da
polinização cruzada, que são responsáveis por fecundar 73% dos vegetais da
nossa flora (FAO,2004), gerando assim alimento para a fauna silvestre e para
nós seres humanos. Atividade que mesmo com toda tecnologia da atualidade não
existe outro método para substituí-la.
Nenhum comentário:
Postar um comentário