2 de outubro de 2012

3 de outubro - DIA DAS ABELHAS


A importância das abelhas na vida do planeta – Por Tadeu Fernandes



"Se não existisse o homem no planeta, nada mudaria. Faltando as abelhas, sem a polinização, seriam extintas a flora e a fauna, não haveria florestas, lagos e rios. A terra seria um deserto".

Estamos iniciando a era eco-planetária e dentro dessa visão de convivência racional entre o homem e a natureza é que relatei na última matéria a enorme preocupação com a preservação da água doce que certamente será o produto mais cobiçado e raro em poucos anos.
Dentro dessa linha de raciocínio é que faço um alerta geral sobre a importância das abelhas na natureza como agente polinizador que propicia a existência de vida no planeta.

Segundo historiadores, o uso das colméias silvestres se deu dez mil anos antes de Cristo, quando se começou a controlar as abelhas. Na pré-história, o alimento ingerido era uma mistura de mel, pólen e cera, pois não se sabia separar suas substâncias, sendo escasso e difícil encontrar um enxame. Somente em 400 a.C. é que começaram a armazenar em potes, sendo que os egípcios foram os primeiros na sua criação. A palavra colméia vem do grego, sino feito de palha trançada-colmo. Algumas civilizações antigas as consideravam sagradas e em alguns países símbolo de riqueza, aparecendo em brasões, moedas coroas.

O estudioso mineiro Gil Barreto afirma que a espécie de abelha é que faz diferença na sua qualidade. As principais que temos no Brasil são a africana, mistura de africanas com européias, e as nativas sem ferrão. A abelha com ferrão veio com os colonizadores, trazidas pelos padres jesuítas por volta do século XIX. O governo brasileiro em 1956 trouxe algumas rainhas africanas de comportamento diferente das nativas, o que resultou na africanização.

Existem dezenas de variedades de mel de abelhas, dependendo da floração e dos terrenos. Variam de cor, aroma e sabor. 

Dito isso, passo ao tema e a fatos que são extremamente preocupantes para o futuro da humanidade caso se dê a extinção das abelhas. Basta registrar que na China as crianças estão subindo em árvores para fazer a polinização manual, isto porque não existe mais agente polinizador.

Na Amazônia predominavam as abelhas nativas que diminuíram em muito com a derrubada das florestas. As exóticas (apis) foram trazidas de Portugal pelo Padre Antonio para o Jardim Imperial no Rio de Janeiro em 1939. Em Porto Velho foi introduzido no Parque dos Tanques o seu apiário. Uma colméia com 60 mil abelhas, poliniza 6 milhões de plantas. As abelhas e suas colméias, apesar da nossa legislação rígida, não estão sendo objeto de eficiente fiscalização pelos órgãos governamentais, o que causa grande impacto ambiental.

Esta responsabilidade, segundo a Constituição Federal, é dos três entes federados, União, Estados e Municípios, sendo que o Brasil é signatário das convenções internacionais da ONU. Temos o CONASMA e ainda o sistema nacional de unidades de conservação para a preservação das abelhas, devendo ser combatido o comércio ilegal das espécies.

No mundo “moderno”, as sociedades humanas na busca de sobrevivência têm naturalmente aprimorado sistemas exploratórios dos recursos ambientais, que têm se tornado “alvo fácil” dos interesses de diversos grupos sociais. “Devemos somar forças para construir uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura de paz” (CARTA DA TERRA, 2000).

Neste contexto, as abelhas têm um papel estratégico pelo relevante serviço da polinização cruzada, que são responsáveis por fecundar 73% dos vegetais da nossa flora (FAO,2004), gerando assim alimento para a fauna silvestre e para nós seres humanos. Atividade que mesmo com toda tecnologia da atualidade não existe outro método para substituí-la.




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