O porquê delas se agredirem tanto, seja através dos socos e pontapés, da língua afiada e fofoqueira ou mesmo de um comentário idiota num twitter ou facebook da vida.
Acabo de perceber o porquê de tanto egoísmo e intolerância...percebi, de repente, o motivo das pessoas se odiarem de forma fútil, tola, seja porque discordam de concepções políticas, religiosas ou até porque torcem pra times diferentes.
Entendi porque há tanta inveja, soberba, arrogância e desumanidade. Porque há tanta corrupção...porque há tanto preconceito...porque há tanta gente dirigindo feito loucos ou trabalhando feito máquinas, não por prazer, mas apenas pela “correria” do dinheiro pelo dinheiro.
Percebi porque num bar, enquanto um artista se esforça pra mostrar o seu trabalho, as pessoas não lhe dão atenção e preferem olhar a televisão.
Acho que agora sei porque está tão difícil um “bom dia”, um “obrigado”, um “desculpe o incômodo”...
É que ninguém vai mais ao circo...
O circo que falo não é o de Soleil, embora seja muito bom!. Falo daquele circo “tomara que não chova”, onde o palhaço, além de palhaço, é também vendedor de pipoca e o marreteiro que bate os piquetes pra puxar a lona...onde a rumbeira barriguda requebra com o maiô furado e o trapezista cai no chão porque a rede de segurança está rasgada, mas sai fazendo pose... aquele circo que tem o casamento do palhaço, que tem sempre um anãozinho engraçado e valente...onde a bandinha toca músicas caribenhas com um timbre de guitarra diferente, que as pessoas identificam como “música de circo”...o circo em que o leão é magro e não bota medo em ninguém e o macaco obsceno escapa do picadeiro e vai pro meio da arquibancada, carinhosamente chamada de galinheiro, feita de madeira torta e que balança o tempo todo...mas onde a platéia ri sem parar, comendo pipoca salgada e dormida e chupando aquele pirulito que parece um guarda-chuva, vendido na tábua e que só tem nesse tipo de circo...
Percebi que é por isso que as pessoas estão meio doidas, apressadas, estressadas...porque estão tão ruins e chatas...
É que ninguém vai mais ao circo...
Por Zecalu Guimarães
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