Desde o episódio de Adão e Eva, o homem já colocava a culpa no outro. Quando Deus percebeu que eles haviam desobedecido a suas ordens “comendo o fruto proibido,” a primeira atitude de Adão foi acusar Eva: foi ela quem me deu a fruta. E assim caminha a humanidade sempre creditando seus erros e fracassos a alguém. Os pais acusam os filhos e os filhos jogam a culpa nos pais que não souberam educá-los. A esposa credita os problemas domésticos e conjugais ao marido e ele também a acusa incompetência da sua mulher em administrar a casa e a inquietação dos filhos. Se no trabalho não andamos bem, nunca fazemos uma reflexão para saber da qualidade do nosso serviço, se estamos evoluindo ou se estamos estagnados. O mais comum é colocar os defeitos no chefe, nos colegas, pois para aquela pessoa todos tem deficiências, menos ele. Se a cidade onde moramos, não vai bem, a culpa é do prefeito, dos vereadores, dos deputados, mas nada fazemos para a cidade melhorar. Ao contrário jogamos lixo nas ruas e depredamos os bens públicos.
Se a sociedade vai de mal a pior, e a violência tem dominado nossas madrugadas e acordamos todos os dias com o instituto médico legal, cheio de presuntos, a culpa é da polícia, do governo. Quando de fato a culpa começa nas famílias que não educam seus filhos deixando-os nas ruas e aprendendo a trabalhar no mundo da droga e do crime.
Interessante é que nessa negação de responsabilidade colocamos nosso dedo em riste e nossa língua nas calunias e difamações, sem qualquer medo. A mania de culpar os outros precisa acabar e cada um assumir suas responsabilidades. Assumir que também é responsável por um mundo melhor, uma sociedade melhor e uma cidade melhor. Vamos acabar definitivamente com essa mania de culpar aos outros.
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